QSP Summit 2024: Balanço e Resumo

Resumos dos worklabs

Worlab – “Thinkers Hall” – “O que faz um bom líder? Os ‘ABCs’ de uma grande liderança”

Linda Hill (Autora best-seller, oradora e professora na Harvard Business School) e João Dolores (CFO da Sonae – moderador)

Linda Hill destacou que a inovação na gestão não depende apenas de uma visão clara, mas de criar um ambiente positivo e adaptável. Para isso, os líderes devem ser compreendidos, criar ligações emocionais e ser inovadores. Enfatizou a importância de focar no que podem fazer, ser versáteis e aceitar erros, pois são essenciais para a inovação.

Hill apresentou três pontos chave para a inovação nas empresas: Creative Abrasion, Creative Agility e Creative Resolution. A diversidade nas equipas de liderança e o foco no propósito do negócio são cruciais. Quando diferentes partes da empresa colaboram, a inovação torna-se mais fácil e eficaz.

Worklab – “Como é que as pessoas mudam e influenciam as organizações para a mudança”

Lídia Jorge (Escritora), Rodrigo Guedes de Carvalho (Escritor e jornalista da SIC) e Maria João Costa (Editora de Cultura da Rádio Renascença)

Este painel destacou a importância de incluir figuras fora da gestão para enriquecer o debate com suas experiências. Lídia Jorge, Rodrigo Guedes de Carvalho e Maria João Costa exploraram dois tópicos principais: a essência do ser humano e a influência da Inteligência Artificial e tecnologia. Sublinharam a importância de sermos autênticos, de escutarmos a nossa essência, de acedermos às emoções nossas e dos outros, de sermos inovadores e empáticos, de lidarmos com frustrações e de praticarmos uma liderança pelo exemplo. Foi discutida a necessidade de não entregar tudo às máquinas, reconhecendo o desafio crescente de distinguir entre o que é humano e o que é tecnológico. Destacaram ainda a importância de aproveitar as vantagens práticas da IA, como a antecipação e precisão, enquanto permanecemos genuínos e conscientes do que queremos das máquinas.

Worklab – “A ciência das grandes equipas”

Imran Rehman (CEO da Kokoro GmbH) e João Franqueira (Chief People Officer da Coverflex)

Numa sessão muito participada, os oradores partilharam informações sobre três variáveis essenciais para o sucesso das equipas: sentimento de pertença, segurança psicológica e “flow”. O sentimento de pertença motiva a equipa, proporcionando direção e bem-estar. A segurança psicológica envolve confiança mútua, permitindo discussões abertas e rápidas decisões. O “flow” surge quando as atividades fluem naturalmente, sem pressa ou sensação de estagnação. Os oradores destacaram a importância de dedicar tempo para desenvolver estas práticas, promovendo recorrência, confiança e compromisso para criar equipas de excelência.

Worklab – “O futuro do Marketing”

Filipa Almeida (Diretora de Comunicação da Uber Portugal), Filipa Appleton (Head of Area Brand & Marketing no Continente), Gonçalo Nascimento (Coordenador de País e Diretor Geral da Divisão de Produtos Profissionais da L’Oréal em Espanha e Portugal), João Matos (Diretor Global de Marketing e Inovação na Johnnie Walker) e Carlos Sá (Presidente da APPM)

Neste debate, foram apresentados vários pontos de vista sobre o papel do marketing no futuro, assim como o propósito deste para as empresas e marcas, tendo em conta a evolução do consumidor. Foi consensual a ideia de que as necessidades do consumidor estão e estarão sempre na base estratégica do marketing: é essencial saber quem é o consumidor, como é, quais são as suas necessidades e até antecipar aquelas que ainda não surgiram. O perfil do consumidor está a mudar radical e rapidamente, sendo o grande desafio das empresas acompanhar e antecipar essas necessidades. Neste mundo VUCA, o marketeer tem de ser um “changer” e a agilidade será a palavra-chave.

A recolha de dados e o seu tratamento com ferramentas de IA têm permitido às empresas antecipar tendências, tomar decisões sustentadas e melhorar a experiência do consumidor, passando de um marketing “para todos” para um marketing “para cada um”. O departamento de marketing propriamente dito terá tendência a desaparecer, uma vez que estará integrado em todas as vertentes de cada empresa, especialmente em cargos de direção e decisão.

Worklab – Trends Forum

Céline Abecassis-Moedas (Dean for Executive Education na Católica Lisbon), João Duque (Professor Catedrático de Finanças e Presidente do ISEG), José Esteves (Dean na Porto Business School), Maria João Cortinhal (Dean na Iscte Business School), Pedro Oliveira (Dean na Nova SBE) e Carlos Daniel (Jornalista e Diretor do Centro de Produção Norte da RTP – moderador)

Vivemos num mundo em constante mudança, e é importante discutir os temas emergentes e como o mundo académico em Portugal lida com essas transformações. Nos últimos anos, Portugal tem ganhado visibilidade nos campos da gestão, economia e finanças no ensino superior, criando uma competição saudável entre instituições que se esforçam para superar-se. Os oradores afirmam que, apesar de os jovens questionarem cada vez mais a importância do ensino superior, as instituições dotam os seus estudantes de habilidades cruciais para a vida profissional.

Duas grandes tendências de futuro foram destacadas: Inteligência Artificial e Sustentabilidade. Em relação à IA, os oradores sublinharam a necessidade de as instituições abraçarem a mudança, em vez de resistirem e criarem regulamentações restritivas. As instituições devem preparar os estudantes para um mundo onde a IA é omnipresente, ensinando-lhes como utilizar essas ferramentas de forma eficaz no seu dia a dia profissional. Quanto à sustentabilidade, foi destacado que não se trata apenas de uma questão climática, mas também de pontos ambientais, económicos e sociais. A adaptação a essas mudanças é crucial, e é necessário educar continuamente os estudantes sobre a sustentabilidade em várias áreas e questões de negócios.

Worklab – “Como melhorar o bem-estar organizacional”

Cary Cooper (Professor de Psicologia e Saúde Organizacional na Alliance Manchester Business School) e Duarte Araújo (Board Advisor)

Considerando o estado atual da relação entre os colaboradores e as suas organizações, Duarte Araújo começou por caracterizar o fenómeno de baixo compromisso com a organização, exemplificado pelo desejo constante de que cheguem as 18h00, a sexta-feira ou o próximo período de férias. A natureza humana não nos permite relacionar o amor em grande escala da forma desejável, o que dificulta a relação com as organizações.

Cary Cooper explicou que o bem-estar nas organizações ganhou destaque por vários motivos. Hoje, a maioria do absentismo é causado por doenças relacionadas com o stress e/ou ansiedade. Além disso, as gerações mais novas são mais sensíveis ao equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e não aceitam as estruturas hierárquicas tradicionais. Estes fenómenos resultam em custos elevados devido ao absentismo, baixos níveis de produtividade e altos rácios de rotação laboral. Cooper destacou as principais variáveis explicativas das doenças relacionadas com o stress, sublinhando a importância da chefia direta e do número de horas de trabalho.

Worklab – “A nova vaga do Retalho”

Ana Cláudia Ruiz (General Manager da Coca-Cola Portugal), César de Vicente (Chief Global Retail Officer da Mango), Cláudia Lourenço (General Manager da Procter & Gamble Portugal) e Gonçalo Lobo Xavier (General Manager da APED)

Neste worklab, foram discutidas as novas tendências no setor do retalho, focando-se na sustentabilidade, transformação digital e tendências futuras. Em relação à sustentabilidade, as empresas sublinharam a importância de adotar práticas além do exigido por regulamentações, abordando desde a redução de emissões de CO2 até ao uso de energias renováveis. A regulamentação europeia é vista como positiva, facilitando a uniformização de práticas.

Na transformação digital, a tecnologia é vista como um facilitador essencial. Upskilling e reskilling são constantes, com as empresas utilizando “chatGPTs” internos para melhorar a eficiência e a relação com os clientes. A omnicanalidade é crucial para oferecer uma experiência holística ao consumidor. A discussão terminou com previsões de tendências futuras: mais refeições pré-feitas, produtos diferenciados, hiperpersonalização e uso crescente de realidade aumentada, destacando sempre a importância da relação humana.

Worklab – “O futuro da gestão”

António Casanova (CEO da Unilever FIMA & Gallo Worldwide), José Pina (CEO da Altri), José Teixeira (Chairman do DST Group) e Cristina Rodrigues (Managing Director da Capgemini Portugal)

O painel discutiu a aplicação prática da IA nas empresas, destacando três níveis: substituição de tarefas burocráticas, melhoria do planeamento produtivo e logístico, e otimização do advertising. Todos concordaram que a IA e a GEN-IA são essenciais para a vantagem competitiva, mas não substituirão os humanos nas decisões e liderança, pois aspetos como a intuição são irreplicáveis.

Para reter talento, as empresas devem ser produtivas, oferecendo boas remunerações, flexibilidade de horário e trabalho remoto. É crucial envolver os funcionários com comunicação simples e ligação emocional, fazendo-os sentir parte integrante da empresa. A experiência dos líderes é fundamental, pois há métricas que não captam o não quantificável.

Worklab – “A nova era da hospitalidade”

Beatriz Carranza (Luxury Brand Specialist & International Markets Growth Advisor), Cristina Borges de Carvalho (Marketing Director @ Puente Romano Beach Resort & Nobu Hotel Marbella), Yannis Stanisiere (Chief Operating Officer @ COYA Group) e Marina Comes (Luxury Travel Content Creator)

Os oradores discutiram as novas tendências e a evolução no setor hoteleiro, focando-se na colaboração entre moda de luxo e hotelaria, a ligação emocional com os hóspedes e a importância do luxo na hospitalidade. A coexistência de três ou mais gerações, incluindo a mais velha com maior longevidade, tem alterado os padrões de consumo e despesa. O ponto comum é a procura de experiências, embora o tipo de experiências varie. Com menos tempo disponível, o lazer nos resorts torna-se mais interessante do que as compras em outlets. As marcas de luxo podem oferecer experiências diversas relacionadas com os seus produtos, como laboratórios/testes, workshops e eventos. A diversidade de propostas, incluindo entretenimento e gastronomia, obriga a acomodar restaurantes Michelin, além de parcerias com fabricantes de automóveis de luxo.

Para criar uma ligação emocional com os hóspedes, é fundamental que o staff se adapte e personalize o serviço conforme os pedidos dos clientes, o que também envolve recrutar talento e ser capaz de remunerar adequadamente. A importância do luxo na hotelaria reside na criatividade, na compreensão do que o cliente está disposto a pagar e no reconhecimento da importância da sustentabilidade. Para além de publicitar práticas sustentáveis, é essencial educar os clientes para que compreendam e participem nessas práticas.

Worklab – “Como a IA Generativa está a acelerar a transformação digital das empresas”

Lucas Perraudin (Fundador da Mula Digital)

A sessão destacou a expressão “As empresas são tão boas quanto a qualidade dos seus dados”. Lucas Perraudin sublinhou a presença da inteligência artificial em todas as áreas, com especial ênfase na Platform AI e na IA Generativa, que terá um grande impacto em vendas e marketing. Na empresa Mula Digital, as tarefas são priorizadas por importância, complexidade e adequação à automação, facilitando a aplicação da IA nas mais relevantes. A sessão terminou com uma discussão sobre os riscos da partilha de dados com plataformas externas, a regulação dos dados e a tomada de decisões informadas nesse contexto.

Worklab – Estratégias Sustentáveis para as Organizações

Sofia Santos (CEO da Systemic) e Mafalda Guedes (Head of Corporate Communications & Sustainability na Sogrape e 4ª geração da família fundadora – moderadora)

Vivemos num mundo de contrastes, onde as empresas falam sobre sustentabilidade, mas muitas vezes investem de forma inconsciente. A sustentabilidade, embora discutida há anos, ganhou relevância recente com a perceção de que a falta de práticas sustentáveis pode causar perdas financeiras, ligando gestão, finanças e ambiente. Muitos associam os nove limites planetários a soluções tecnológicas, mas isso é irrealista. Falhas de sustentabilidade causam desastres naturais que afetam a economia e os negócios, criando riscos. Regulamentações atuais exigem que países e empresas sigam princípios de sustentabilidade, movendo-se do crescimento para a prosperidade. Estudos mostram que a temperatura deve ser incluída no cálculo do PIB, pois o aumento da temperatura reduz o PIB. As empresas devem adaptar-se, passando da maximização do lucro para a criação de valor para a comunidade e para si mesmas.

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